sábado, 6 de agosto de 2011

Freud

A meu respeito Freud errou feio.
Em minha defesa tenho a dizer que nunca, nunquinha mesmo, tive inveja do pênis.
Tenho sim, muita inveja da autoestima masculina.
Duvido, que na véspera de um encontro, com alguém que estejam prospectando, homens percam horas na frente do espelho testando roupas, lingieries, posições e ângulos que os façam parecer melhores.
Deitam e dormem e na hora de sair, vestem o que tiver a mão e saem, sem encanar.
No dia seguinte, não se preocupam se o telefone vai tocar.
Isso, porque tem certeza, eles arraaaasaaaram.
Não há possibilidade de a tal prospecção não ter gostado dele.
Ela vai ligar, não há dúvidas.
Prova disso, é uma pesquisa recentemente publicada no Terra.
Mais da metade dos entrevistados diz saber quando a mulher finge orgasmos.
Ah, para! Eu ri.
Não que eu ache bom ou bonito fingir orgasmos.
Também não acho que seja o objetivo de nenhuma mulher.
Acho que sexo bom faz bem pra saúde, pra pele, pra autoestima.
Mas, tomada pela minha habitual curiosidade, fui xeretar a vida sexual alheia.
T-O-D-A-S as amigas para quem perguntei, afirmam que já fingiriam.
Uma delas me contou uma história, certa vez, ao ter uma D.R. com um ex-namorado, médico, ela desabafou a ele:
- Eu já fingi muitas vezes contigo.
A resposta dele só embasa a minha teoria de que a autoestima masculina é inabalável.
- Impossível! Disse ele. - Sou um medico, sei reconhecer os sinais biológicos de um orgasmo.
O sujeito em negação, levou um merecido pé na bunda.
Mulheres fingem por diversos motivos.
Um deles, é não abalar a autoestima inabalável.
Imagina só: você está lá na primeira vez com um cara que parece muito legal, a coisa rola, mas lá, na hora do “vamos ver”, a coisa toda para de rolar. Falta conhecer um pouquinho mais do cara esforçado que está com você. Você tem certeza que tentando um pouquinho mais (porque quer encontrá-lo novamente), com um poquinho mais de intimidade, pode ser perfeito. O que fazer? O que fazer? Claro que sim, você lança mão daquela brincadeira aprendida na infância: o faz de conta. Assim, todos vão embora felizes.
Outra situação: tudo parece muito legal (muito legal mesmo pra poder ser verdade), o cara te leva pra casa dele, acende velas, faz bruschetas, abre um vinho, papo bom. Mas quando tira a roupa, o álcool para de fazer efeito, ele é baixinho, atarracado (e você não gosta de baixinhos atarracados), mas você decide levar adiante porque tudo estava tão legal, que acha mais importante a ocasião, resolve não se levar pelas aparências, mas não tem jeito. Não há química, física ou biologia que vá fazer ficar melhor.
Tem saída melhor do que deixar o cara acreditar no que ele já está sugestionado a crer, pra poder dar no pé rapidinho?
Ou mesmo, você está lá, casada com o amor de sua vida, mas justamente nesse dia, não consegue desligar de algum assunto importante, como a underwear ridícula com a qual ele decidiu surpreender você (por que é mesmo que os fabricantes insistem nos coloridos? Pretos, brancos ou cinzas são cores mais do que suficientes para esta peça) e não tem cristo que a fará prestar atenção no que está fazendo. Vá lá, ele é o amor da sua vida, você o faz feliz e nem dói nada.
Os teóricos e estudiosos do assunto, a essa altura devem estar querendo o meu rim.
Porque, já me informei, na teoria, o importante é informar ao parceiro, blá, blá, blá, conhecer seu corpo blá, blá, blá, discutir a relação, blá, blá, blá. Mas, existem vezes, em que simplesmente não há relação a ser discutida. Ou não está afim de dar aulinhas de corpo humano pra nenhum marmanjo desinformado (ele que vá procurar no google), ou mesmo é a saída mais fácil, rápida, se não a magoa, não vai magoar ninguém.
Que atire a primeira pedra aquele que é honesto em 100% do tempo.
Sem hipocrisias.
Eu já li em outro material, que os homens também fingem.
As mulheres apenas, como são em maior quantidade, fingem mais.
Não sou mesmo afim (ou a favor) de relações superficiais.
Mas elas existem e as vezes é necessário um pouco de jogo de cintura pra sair bem de certas saias justas.
O resultado é que no fim tudo fica bem, porque a maioria dos homens sabe quando as mulheres fingem.
Conivência?
Sei…