domingo, 22 de novembro de 2015


Semana ARP de Comunicação




Um elegante e descontraído jantar, marcou o final da Semana Arp de Comunicação 2015.


Casa NTX

       O evento marcado para as 20 horas, só teve a chegada em massa dos convidados apos as 21horas, devido a forte chuva que caiu na cidade ao entardecer, deixando varias ruas alagadas e sem luz, o que não impediu que todos chegassem animadíssimos e as mulheres espetaculares.
       A recepção aos convidados aconteceu com som ao vivo da banda gaucha Comunidade Ninjitsu e espumante.

       O então presidente da entidade fez sua despedida, passando a gestão para Zeca Honorato, diretor da agencia AMA.
Apos os discursos formais, a ARP homenageou Joel Fagundes, Ione Sirotsky e Décio Krebs, que faleceu na ultima semana, para comoção de quase 800 profissionais do mercado nesta quinta-feira, 19, na Casa NTX. 
Trofeus para as 15 categorias 



       A noite foi marcada por glamour, pela entrega de homenagens pela revelação dos profissionais-destaque do ano, onde a Matriz é a agência do ano e Delmar Gentil, o empresariopela posse de diretoria e encerrando com música e descontração.


   
Foto Glauco Arnt
Profissionais Premiados ARP 2015



CRIARP


Na noite anterior, havia sido feita a coroação das ideias criativas do Mercado resultando em um bronze, três pratas, cinco ouros, quatro Grand Prix e Ideia do Ano. 


Rafael Bohrer  (Global) e Celso Chittolina (Diretoria da ARP)
 Quem levou para casa o premio Ideia do Ano no 3º Prêmio Criatividade ARP, foi a  Global. A agência foi o destaque criativo da noite, ao receber ouro em TV/Cinema categoria Campanha Integrada, e ouro e GP em Outras telas – Peça individual, Design – Branding e Design gráfico, Marketing Promocional – Ativação de Ações Promocionais e Eventos Promocionais, e Digital – Online Brand Content. Também foram premiadas a J.Walter Thompson (GP), a Paim, a TH Comunicação (GP), a 8 Total Brand, a Centro e a DZ Estúdio.

Em 20 categorias, não houve contemplados com ouro. A crise econômica do pais reflete também no mercado criativo, com participações mais restritas que nas edições anteriores

Casa Destemperados


A realização na Casa Destemperados, segundo o presidente da ARP 2015, Fabio Bernardi, foi uma surpresa. O clima e a possibilidade de integração da casa – que permitia assistir a palestras de outros ambientes -, além de ações de patrocinadores da casa e da Semana agradaram aos participantes, conforme conta o executivo. “As pessoas gostaram da mudança, da proposta de sair do Sheraton e ir para um lugar mais descolado”, revelou.
Zeca Honorato esta animado para a edição 2016.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Bella

Bella, faltam algumas horas para teu aniversário de fato e um monte de recordações e sentimentos me vem a mente.
Te pegar pela primeira vez no colo me fez sentir a mesma felicidade que sinto hoje ao segurar a tua mãozinha pequena ao te levar pra escola.
Às vezes quando estou me sentindo superpoderosa ao responder tuas perguntas que faz com teus olhinhos questionadores, me dou conta que sou eu quem

aprende com você.
São os mesmos olhinhos que se transformam em risquinhos quando dorme, que enchem a minha vida de paz e desde que descobri essa sensação, já não saio de casa pela manhã sem antes passar alguns minutos contemplando teu sono.
Desde que nasceu, você está me ensinando cada dia um pouquinho a ser uma pessoa melhor.
Aprendi a ter paciência, pois descobri que filhos depois que entram na barriga, precisa esperar ficar prontinho pra sair, não dá pra apressar, o remédio é esperar mesmo.
Você me ensinou que filhos crescem, independente da nossa vontade e que por mais que se esperneie, crianças pensam e tem vontade própria.
Mensinou a do alto da minha “adultez”, descer no escorrega com vento no rosto e só por um instante não precisar me sentir nem adulta ou responsável por nada e ao mesmo tempo ser responsável por tudo.
Me ensinou que trabalhar é bom, mas minha ambição maior agora é voltar pra casa no fim do dia e ser recebida pelo teu abraço.
Me ensinou que posso dirigir devagar e chegar do mesmo jeito, mas principalmente, que preciso chegar inteira, onde quer que esteja indo, porque preciso voltar pra você.
Me mostrou que posso ter medo de perder e amar alguém mais do que a mim mesma.
São 2.555 dias de aprendizado do que é ser mãe e ser feliz (de verdade).
Parabéns filha pelos teus 7 aninhos.
Muitos beijos, com carinho
Mamãe

sábado, 6 de agosto de 2011

Freud

A meu respeito Freud errou feio.
Em minha defesa tenho a dizer que nunca, nunquinha mesmo, tive inveja do pênis.
Tenho sim, muita inveja da autoestima masculina.
Duvido, que na véspera de um encontro, com alguém que estejam prospectando, homens percam horas na frente do espelho testando roupas, lingieries, posições e ângulos que os façam parecer melhores.
Deitam e dormem e na hora de sair, vestem o que tiver a mão e saem, sem encanar.
No dia seguinte, não se preocupam se o telefone vai tocar.
Isso, porque tem certeza, eles arraaaasaaaram.
Não há possibilidade de a tal prospecção não ter gostado dele.
Ela vai ligar, não há dúvidas.
Prova disso, é uma pesquisa recentemente publicada no Terra.
Mais da metade dos entrevistados diz saber quando a mulher finge orgasmos.
Ah, para! Eu ri.
Não que eu ache bom ou bonito fingir orgasmos.
Também não acho que seja o objetivo de nenhuma mulher.
Acho que sexo bom faz bem pra saúde, pra pele, pra autoestima.
Mas, tomada pela minha habitual curiosidade, fui xeretar a vida sexual alheia.
T-O-D-A-S as amigas para quem perguntei, afirmam que já fingiriam.
Uma delas me contou uma história, certa vez, ao ter uma D.R. com um ex-namorado, médico, ela desabafou a ele:
- Eu já fingi muitas vezes contigo.
A resposta dele só embasa a minha teoria de que a autoestima masculina é inabalável.
- Impossível! Disse ele. - Sou um medico, sei reconhecer os sinais biológicos de um orgasmo.
O sujeito em negação, levou um merecido pé na bunda.
Mulheres fingem por diversos motivos.
Um deles, é não abalar a autoestima inabalável.
Imagina só: você está lá na primeira vez com um cara que parece muito legal, a coisa rola, mas lá, na hora do “vamos ver”, a coisa toda para de rolar. Falta conhecer um pouquinho mais do cara esforçado que está com você. Você tem certeza que tentando um pouquinho mais (porque quer encontrá-lo novamente), com um poquinho mais de intimidade, pode ser perfeito. O que fazer? O que fazer? Claro que sim, você lança mão daquela brincadeira aprendida na infância: o faz de conta. Assim, todos vão embora felizes.
Outra situação: tudo parece muito legal (muito legal mesmo pra poder ser verdade), o cara te leva pra casa dele, acende velas, faz bruschetas, abre um vinho, papo bom. Mas quando tira a roupa, o álcool para de fazer efeito, ele é baixinho, atarracado (e você não gosta de baixinhos atarracados), mas você decide levar adiante porque tudo estava tão legal, que acha mais importante a ocasião, resolve não se levar pelas aparências, mas não tem jeito. Não há química, física ou biologia que vá fazer ficar melhor.
Tem saída melhor do que deixar o cara acreditar no que ele já está sugestionado a crer, pra poder dar no pé rapidinho?
Ou mesmo, você está lá, casada com o amor de sua vida, mas justamente nesse dia, não consegue desligar de algum assunto importante, como a underwear ridícula com a qual ele decidiu surpreender você (por que é mesmo que os fabricantes insistem nos coloridos? Pretos, brancos ou cinzas são cores mais do que suficientes para esta peça) e não tem cristo que a fará prestar atenção no que está fazendo. Vá lá, ele é o amor da sua vida, você o faz feliz e nem dói nada.
Os teóricos e estudiosos do assunto, a essa altura devem estar querendo o meu rim.
Porque, já me informei, na teoria, o importante é informar ao parceiro, blá, blá, blá, conhecer seu corpo blá, blá, blá, discutir a relação, blá, blá, blá. Mas, existem vezes, em que simplesmente não há relação a ser discutida. Ou não está afim de dar aulinhas de corpo humano pra nenhum marmanjo desinformado (ele que vá procurar no google), ou mesmo é a saída mais fácil, rápida, se não a magoa, não vai magoar ninguém.
Que atire a primeira pedra aquele que é honesto em 100% do tempo.
Sem hipocrisias.
Eu já li em outro material, que os homens também fingem.
As mulheres apenas, como são em maior quantidade, fingem mais.
Não sou mesmo afim (ou a favor) de relações superficiais.
Mas elas existem e as vezes é necessário um pouco de jogo de cintura pra sair bem de certas saias justas.
O resultado é que no fim tudo fica bem, porque a maioria dos homens sabe quando as mulheres fingem.
Conivência?
Sei…

sábado, 7 de maio de 2011

Presente

Hoje estava fazendo as unhas, quando uma colega de salão atendeu o telefone aos berros.

Ooo queee? Neemm pensar! Camiseta eu não quero. Pode escolher outro presente.

Fazer as unhas pra mim pode significar que estou em dois estados: muito interessada nas histórias de vida da manicure ou, como era o caso daquele momento, em outra dimensão, absorta em meus próprios pensamentos sem notar que tem alguém em volta.

Mas a colega gritou muito alto.

Nem parei pra avaliar se foi deselegante, inapropriado ou prestei atenção no restante do telefonema, pois imediatamente me perdi em outro tipo de devaneio.

Lembrei da Isabella muito preocupada com o presente que iria me dar no dia das mães.

Me ofereci pra levá-la pra comprar algo, mas ela já me conhece, argumentou que assim não seria surpresa (eu adoro surpresas).

Como um pensamento puxa outro comecei lembrar das amigas postando no facebook sobre as apresentações de dia das mães nas escolas.

Estou numa expectativa gigantesca, pois este ano terei minha primeira apresentação de filha, e a escola, pra me deixar um pouco mais aflita, vai fazer só na semana que vem….

A escola anterior fazia diferente, as mães é que preparavam uma apresentação para a turma.

Senti saudades disso.

E do significado, que só hoje compreendi.

O dia das mães é a data com maior apelo comercial do calendário, com abuso descarado do apelo emocional.

Sem hipocrisias, eu caio, e gosto.

Mas está tudo invertido.

Não somos nós as mães que ensinamos nada a ninguém.

Falo pela minha amostragem de 1m e 20cm.

Desde que nasceu, está me ensinando cada dia um pouquinho a ser uma pessoa melhor.

Só não conseguiu me ensinar a cozinhar mas por generosidade, gosto pessoal ou instinto de sobrevivência come do que eu faço.

Aprendi a ter paciência, pois depois que entram na barriga, precisa esperar ficar prontinho pra sair, não adianta atormentar o pobre do radiologista pois não dá pra ficar espiando lá dentro da barriga, o remédio é esperar mesmo.

Me ensinou que filhos crescem, independente da nossa vontade e que por mais que se esperneie, crianças pensam e tem vontade própria.

M ensinou a do alto da minha “adultez”, descer no escorrega com vento no rosto e só por um instante não precisar me sentir nem adulta ou responsável por nada.

A Bella, me ensinou que trabalhar é melhor, minha ambição maior agora é voltar pra casa no fim do dia e encontrá-la sorrindo.

Me ensinou que posso dirigir devagar e chegar do mesmo jeito, mas principalmente, que preciso chegar inteira, onde quer que esteja indo.

Me ensinou que não sou tão mais inteligente que ela, devido ao número de vezes que já me sugeriu pesquisar as respostas que eu não soube dar, no google.

Me mostrou que posso ter medo de perder e amar alguém mais do que a mim mesma.

E também que posso estar sendo horrivelmente cliché e não sentir um pingo de vergonha.

Adoro rasgar o papel de um presente e achar a surpresa, mas nem camiseta, nem nada, a Bella é meu melhor presente.

domingo, 8 de agosto de 2010

O que as mulheres querem

Passei boa parte da pré adolescência lendo.

Obviamente não me refiro aos livros recomendados nas aulas de literatura, mas sim, aos romances talvez não adequados a minha idade que eu encontrava na casa de minha tia.

Sem excessão, tratavam de amores complicados entre pessoas lindas e bem sucedidas com finais felizes. Mas também sem excessão, a mocinha não facilitava em nada o acesso, o que obrigava os apaixonados cavalheiros a fazerem o impossível para conquistar seus corações.

Corta.

Em plena adolescência, saí do interior e vim morar na capital.

Foi um choque de realidade e tanto.

Não que, não houvessem romances por lá, mas fui obrigada a me desfazer da minha cabaninha romântica na marra.

Descobri a lei da oferta e da procura, mais as estatísticas, etc. etc.

Tantas mulheres solteiras X homem X gays, significavam que os livros que andei lendo estavam completamente errados.

Quem precisava arrastar um bonde pra conquistar um coração que valesse a pena eram as mulheres.

Saí pelo mundo acreditando em outra teoria, alimentada agora por outro tipo de literatura, a revista voltada ao público adolescente da época.

Os homens é que eram difíceis, e lá existiam diversas colunas tirando as mais diversas dúvidas juvenis, tipo como aprender a beijar de lingua em uma laranja (acredito que muito homem andou lendo isso e nunca mais aprimorou a técnica) ou como não se deveria deixar nem se aproximar do peito caso quisesse passar a impressão de uma menina séria. Caso o fizesse, acabaria “falada”.

Ah, os anos 80!

Como não sou uma dependente completa da opinião alheia, fui fazendo meus próprios experimentos afetivos afim de algum dia poder desenvolver uma teoria própria.

Eis que um pouco mais tarde, descubro o manual da escravidão feminina, uma revista voltada para as mulheres, que um desavisado poderia jurar ser escrita por um homem.

Ou, caso um homem leia, pode desmascarar a maioria das mulheres solteiras existentes no Mercado.

A revista Nova da dicas de como se transformar em um personagem bizarre afim de laçar um homem.

Como se vestir, como se pentear, que roupa usar, que tom de voz utilizar, ações e reações, tudinho para parecer apetitosa para o bonitão do outro lado do bar.

Só não explica o que fazer com quem você é de verdade caso a noitada com o bonitão vire um relacionamento.

E lá vão as mulheres para a berlinda novamente.

Mas como no mundo da literatura existem opções infindáveis para curiosidades que não cessam com o decorrer dos anos, fui dar uma espiada nos livros que ajudam a entender o que é que fazemos de errado para não sermos desejadas e amadas como queremos por estes complexos seres que são os homens.

Mais lições e lições do que fazer, como se portar afim de passar o resto da vida invejando alguém (as solteiras invejando a vida estável das casadas, as casadas por sua vez, invejando a liberdade e a vida sem rotina das solteiras…).

Todo esse texto para chegar onde eu queria chegar.

Sou apenas curiosa, nem expert, nem feminista, nem recalcada, nem nada, já fui casada, solteira, noiva, enrrolada e no momento não estou só nem com ninguém, não sei se quero casar, nem ficar sozinha, apenas vivo minhas experiências e observo o mundo a minha volta.

Nestas observações por algum tempo julguei andar sendo muito parcial, afinal estada teorizando muito baseada em minhas experiências e nenhuma teoria pode ser considerada válida sem uma amostragem maior.

Com isso comecei a observar com mais atenção a relação das outras pessoas.

De amigas íntimas, da babá da minha filha, das amigas das amigas, de pessoas que trabaham em segmentos diferentes do meu, afinal poderia ser um mal da classe profissional.

Não era.

Os homens estão acometidos de uma mulherzice impressionante.

Atitudes que eu passei a vida ouvindo ser das mulheres sendo tomadas pelos homens.

Antigamente as mulheres recebiam “atributos” que pareciam inerentes ao DNA feminino.

Pelo tom das críticas masculinas, homens jamais teriam atitudes como:

- O chicletinho: você sai com o cara um dia, no dia seguinte, ele quer quer dormir na sua casa e no outro e no outro até você sufocar, esse espera que você aja como uma heroína daqueles romences tipo “Sabrina” e deixe seu coração ser conquistado?

- O casador: ele parece perfeito na primeira semana, mas na segunda já está fazendo planos de casar e você já conheceu a família dele – que mora no interior e tudo – e este? Gatinha da Capricho que ainda acredita que existem meninas para namorar?

- O maníaco do telefone: na primeira vez que ele liga pra dizer boa noite, você acha fofo, mas quando ele faz isso TODAS as noites ou quando liga 52 vezes enquanto você janta com sua amiga, é assustador, se bem que para esse eu recomendaria um daqueles livros pra mulheres que diz que imprevisibilidade também é bom em homens

- O fiel: aquele que diz que nunca foi fiel a mulher nenhuma, mas com você ele não tem olhos pra mais ninguém – este certamente espera que você se comporte como a mulher de “Nova” e finja que acredita…

Ontem um amigo me disse que tudo o que ele sabe sobre mulheres, é que nenhuma resiste a um safado, mas veja bem, um safado, não necessariamente quer dizer um mau carater.

O amigo em questão nunca se disse santo e acredito que não é.

Mas também não acredito que alguém, no caso dele tenha comprado gato por lebre e nunca o vi sozinho por aí, nem suas relações são efêmeras.

Terá ele razão?

Nesse caso, não consegui concluir coisa alguma.

Partindo da idéia de que uma pitada de safadeza todos temos – eu particularmente não confio jamais em gente certinha demais, pergunto:

O que exatamente buscamos, se demais é chato, de menos da carência e perfeição não existe?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Já viu de lupa?

Passei algum tempo sem escrever, um pouco por falta de inspiração, outro pouco porque toda vez que me sentia inspirada estava no trânsito, trabalho, banho, ou algum outro lugar impossível de digitar textos longos.

Nesse período ausente, muita coisa mudou, mas a minha curiosidade nas pessoas continua a mesma.

Um exemplo?

A conhecidíssima e repetidíssima frase do Caetano Veloso: “de perto, ninguém é normal”.

Eu nunca me achei o símbolo da normalidade, eu brinco em tom de briga, brigo em tom de brincadeira e até as pessoas que me conhecem muito bem, muitas vezes me olham como uma incognita sem saber ao certo se devem rir ou sair correndo.

Eu costumava achar que a falta de normalidade só acontecia comigo.

Imagina só aquela minha amiga linda, bem sucedida e bem vestida, tendo discussões violentas com o namorado todo certinho cujo cabelo não tem um fio fora do lugar e o comportamento em público sempre passa a imagem de que é um lorde.

Eu não imaginava.

Tinha o hábito observar as pessoas de longe e acreditar em comportamentos exemplares diante de qualquer situação na vida – exceto aqueles loucos de atar em poste, afinal posso ser tolinha, mas não cega.

Anos de terapia depois, tentativas e mais tentativas em ficar o mais normal possível, descobri verídica a tal frase do Caetano, que todos tem suas loucurinhas de vez em quando e que a grande diferença entre mim e os outros é que as insanidades alheias eu desconhecia.

Um dia, meio envergonhada das minhas reações, mas precisando dividir minhas angústias, contei tudinho. Botei pra for a todas aquelas coisas entaladas que costumava guardar achando que qualquer pessoa que ouvisse tais histórias ficariam horrorizadas com a pessoa que eu era quando ninguém estava vendo.

Depois do mais profundo desabafo, onde abri minha alma e contei todos os meus podres, fiquei esperando pela sessão de aconselhamentos maduros, as repreensões pelos meus atos, já estava quase pensando em ir pra casa me auto-flagelar quando ela me surpreendeu com o comentário:

- Guriiiiiiiaaaaaaa (sim, mulheres falam desta forma, exagerando nas vogais), isso é fichinha perto do que me aconteceu na semana passada.

Disse esta frase e me narrou histórias surpreendentes sobre sua passagem no mundo.

Fiquei óbviamente sem reação, pois quem imaginaria que aquela pessoa alta, linda, loura e sempre impecável também tinha comportamentos repreensíveis?

Num misto de espanto e incredulidade fui contar o fato pra outra amiga – juro! Estava apenas compartilhando experiências, jamais fazendo fofoca.

Eis que ela responde:

- Guriiiiiiiiaaaaa (sim, ela também gosta de vogais), tá chocada com isso? Pois eu já fiz pior.

E lá seguiu ela narrando suas histórias cheias de “anormalidades” jamais imaginadas por mim.

Minha curiosidade incontida diante da vida alheia já está assimilada apesar de correr risco de ser avaliada como uma anormalidade, porém diante desta nova descoberta, foi impossível não pesquisar os outros, um pouquinho mais.

Seja no trabalho, na vida afetiva, nas amizades, não há quem não tenha dado uma escorregadela.

Na próxima vez em que olhar aquele seu amigo de quase dois metros e quatro décadas, super bem casado, experimente imaginá-lo numa cena histérica de ciúme, onde ele ameaça descer de um carro em movimento, não?

Impossível?

Coisa de mulherzinha?

Nein?

Se não foi ele, alguém bem próximo já deve ter feito.

E dizer que vai embora e ficar esperando do lado da porta o outro chamar de volta desesperado?

E ligar pra alguém com quem brigou fingindo descaradamente estar retornando uma suposta ligação recebida?

Ainda não?

Poderia passar a noite listando situações até você identificar alguma em alguém, porém preferi parar antes de ser identificada numa ou outra reação.

Anos tentando parecer normal para descobrir que a normalidade está em ser insano as vezes e que loucura é não se sentir normal com isso.

Preferências, atitudes, reações, sempre serao muito particulares e passíveis de julgamentos; mas, na próxima vez em que se notar exclamando “ahmedeus, isso não é normal”, expeirmente olhar de pertinho…

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Adoro tempestades com trovões

Hoje, dirigindo com o ar condicionado no máximo – mas nem por isso com menos calor – me vi xingando mentalmente o mundo.

Os pensamentos que não paravam nem por um minuto de resmungar, falavam assim:

- Alguém em sã consciência hoje irá dizer que gosta de verão???

- Toda vez que eu comento que amo tempestades com trovões e dias cinzentos, costumam achar tudo muito depressivo. Mas tem algo mais depressivo do que trabalhar de calça jeans num dia quente e o ar estragar?

- Além do calor, xinguei os prestadores de serviço que vivem de comissão, precisam vender e dizem assim “em seguida retorno tua ligação” e nunca mais ligam (será que a procura está maior que a oferta?)

- Teve lugar pra resmungar com uma amiga que me perguntou o que fazer com o atual ex-namorado (digo atual ex, porque já acabaram e voltaram tantas vezes que nunca se sabe que espécie de atual ele é…). Ela me chamou de grossa, só porque ao me perguntar o que fazer com o ex que não queria falar com ela eu sugeri que ela ficasse em silêncio, afinal se ele não quer ouvir, ela vai falar pra quem?

Foi nesse instante que o mau humor começou a dissipar.

Não por pensar que a desgraça alheia pode ser pior que o calor, mas porque lembrei que vi no twitter um comentário sobre o blog que a Cínthya Verri fez pro namorado, chamado “Matando Carpinejar”.

Lembrei da Cínthya, não somente pelo texto, mas também por ter aprendido com ela algumas coisas que me tornaram um pouquinho melhor (não melhor para os outros, mas melhor comigo mesma, já que minha auto-crítica sempre foi minha pior inimiga).

Tive alguns terapeutas, todos com seus méritos, já que da experiência com cada um, em momentos completamente diferentes da vida, acabei descobrindo um pouquinho mais a meu respeito.

Mas a Cínthya tem um lugar especial, porque embora tenha durado menos que os outros, compartilhou de descobertas (óbvias a olho nu, mas que sempre tive dificuldade em admitir).

Ouvi dela algumas frases que mudaram a minha vida pra sempre e que me deixam muito feliz quando posso reconhecer nos outros algo que os deixa cegos mas eu já consegui enxergar.

Logo no início, sem piedade, ela resumiu em três palavras o diagnóstico da doença mais terrível que eu já sofri:

- Você está apaixonada!

Eu teimosa como sou, contestei.

- Tô nada, to doente.

Ela argumentou – tá sim!

Eu chorava baldes de lágrimas e tentava contra-argumentar - não! Estar apaixonado é bom, isso é que estou sentindo é horrível! É sem controle. Fico feliz só de a pessoa me dar bom dia e se não dá é um deusnosacuda. Não posso ficar assim suscetível ao humor de outra pessoa, EU mando em mim!

Foi aí que Cínthya, meio sorrindo, com aquela voz doce que ela tem, me disse a primeira frase que mudou a minha vida:

- Paixão é patólogico! É um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio.

Desde aquele dia, consegui perdoar algumas de minhas loucuras, afinal, que culpa tinha eu de estar doente. Ela não quis me medicar porque afirmou que pílulas não resolveriam o que eu estava sentindo, além do fato de que ela conhecia pouquíssimas pessoas capazes de se deixar sentir o que eu estava sentindo.

Me senti, com essa explicação avalizada para viver o tal sentimento e parti em busca da cura.

Nesse processo todo, obviamente chorei e me odiei por outros milhares de vezes, mas em meio a outra sessão de choradeira (sim, sou chorona, e daí?!) quando o tal motivo da doença decidiu nunca mais falar comigo (preste atenção sempre no sentido da palavra nunca mais, pois as vezes, não dura mais do que um instante) que ela me disse a outra grande frase, que quando abstraí, mudou a minha vida.

- Não podemos controlar as outras pessoas (o que sentem, o que pensam, o que fazem…)

Isso fez total diferença na minha vida.

De fato não há como controlar nem os próprios pensamentos.

Eu passei a minha vida toda tentando controlar o que as pessoas pensavam a meu respeito, sem me dar conta que cada um vai pensar o que quiser e não há nada que eu possa fazer.

Lembrei da minha terapeuta no instante máximo do mau humor, não porque ela me desperte esse sentimento, mas porque a frase que me disse muito, estava diretamente ligada ao assunto discutido com a amiga que me chamou de grossa.

De fato, não sou a simpatia em pessoa, sou sarcástica, irônica e praquelas pessoas mais sensíveis sou considerada até meio ácida (mas essa é a opinião das outras pessoas, porque eu mesma e algumas pessoas que me conhecem um pouquinho melhor me descreveriam como engraçada e talvez até doce em alguns momentos).

Mas porque nós, as pessoas onde predominam os cromossomos XX, esquecemos dessa falta de poder sobre o outro, quando alguém não quer falar com a gente?

Porque ao invés de calar, costumamos insitir incessantemente com a frase – por que você não quer falar comigo?

Até hoje em minhas andanças pela vida, não conheci nenhum caso onde isso não acabasse em irritação profunda e brigas. Inclusive praticamente obrigando (caso houvesse esse poder) o outro a dizer coisas que não pretendia, pelo simples fato de que a vontade de calar não foi aceita.

Não digo que não sou insistente, sou capaz de chorar, rolar no chão, pedir por favor e levar qualquer criatura a tal estado de irritação quando quero respostas.

Não posso, não quer dizer não vou.

Mas a aceitação da falta de poder faz maravilhas.

Depois de muita terapia, algum amadurecimento e muitos telefones desligados “assim, meio que de repente” aprendi.Se alguém quer se manter em silêncio, vá lá, vou respeitar. Mas e você, quer conversar a respeito da pessoa que não quer falar comigo?