segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tudo o que você já quis saber sobre um traveco e teve vergonha de perguntar (mas eu não)

Eu nunca tive curiosidades a respeito da vida de uma ou outra pessoa, e sim, sempre quis saber a respeito de tudo, e não sendo nem um pouquinho hipócrita, tenho curiosidade inclusive a respeito das fofocas feitas sobre a vida dos outros (que fique bem claro, não me interessa virar central de informações sobre a vida alheia, mas gosto sim de saber).

Numa noite ao voltar de um aniversário, errei um retorno, e nada me atiçou mais a curiosidade do que descobrir sem querer o point mais movimentado da cidade.

Primeiro, notei os carros (que eram muitos).

Depois, notei os vidros abertos (incomum na cidade aquela hora da noite).

Para em seguida notar, que não havia nenhuma mulher no interior dos carros e sim nas calçadas.

Aquela altura, eu estava imaginando, porque é que eu sempre achei que os homens que circulavam num lugar assim seriam desdentados e teriam passats beges caindo aos pedaços e agora estava relutando em acreditar na realidade de que eles andam de audi, são jovens e bonitos????

Acordei do meu devaneio sociológico quando minha filha perguntou lá do banco de trás:

- Mamãe, por que a titia tá com o peito de fora? (!!!!)

Porque elas estão com calor filha.

- Então por que é que a gente precisa usar casaco dentro do carro? Você nunca saiu de peito de fora quando tinha sol!!!

Naquele momento eu, que não sou religiosa, me descobri cristã, ou revoltada com o cristianismo, nem sei bem.

Por que Deus, aquela criatura que eu não conseguia distinguir se era homem ou mulher, tinha o mais belo par de peitos que eu já vi (isso sem falar no resto) e eu só mereci um par que precisa de sutiãs com enchimento????

Por acaso tem alguma coisa a ver com aquela suposta costela doada lá nos primórdios?

Alguma mágoa, por causa daquela injusta estória da maçã da qual acusam minha ancestral feminina? Digo injusta porque se ambos possuiam o livre arbítrio e o mocinho doador de costelas aceitou a maçã que lhe foi ofertada, foi por que quis, então acredito que esteja na hora de inocentá-la.

Pergunto se depois de tanto tempo ainda quarda rancores a ponto de transformar homens em mulheres perfeitas e mulheres em bagulhos indescrítiveis (mas não incorrigíveis) onde até a ponta do nariz cai?

Mas seguindo meu passeio, já que minha curiosidade me levou até o fim da rua deparei com uma cena insólita.

Uma moça que eu descreveria como uma perfeição da natureza (exceto pelo fato de que ela possui um pinto - o que confirmei mais tarde - mas que não parece ser um problema para os clientes locais) estava "sem nenhuma consulta", enquanto a dez metros dela, havia outra que eu descreveria como um homem com cintura e peitos, era abordada o tempo todo.

Fiquei muito intrigada com algumas coisas:

Quem eram transexuais e quem eram as mulheres trabalhando ali? Como é possível identificar?

Poooor que a perfeita estava sendo preterida enquando a horrorosa estava cheia de clientes?

Quem são os clientes que frequentam o local (já que não são os desdentados de passat bege da minha imaginação)?

Quanto custa um programa?

O que se "entrega" num programa?

Quantos clientes se atendem em média numa noite?

Tem alguém cuidando delas? Um cafetão?

Atendem homens e mulheres?

Por que na rua e não num clube? Vale a pena?

O que fazem nas horas em que não estão ali trabalhando?

Quem são?

Fiquei muito curiosa, a ponto de dar mais uma volta na última quadra.

A moça perfeita sorriu pra mim.

Será que ela pensou que eu estava procurando algo? Ahhhmedeus!!! Ou viu que

eu era apenas uma curiosa com uma criança com gens curiosos também?

Estava dando o fora dali quando minha filha pediu:

- Mamãe, quero ver de novo.

Confesso que como continuava curiosa, prometi a ela que seria a última vez e fui muuuuuito devagar.

A moça perfeita e que sorriu, se aproximou...Ahhhhhhhhmeedeeeuuussss!!!

Parei.

Abri o vidro (afinal, não havia a menor possibilidade de ela ter (além do óbvio) uma arma escondida no corpo.

A pessoa sedutora sentada no banco de trás (e ligeiramente fixada em peitos) já se desmanchava em sorrisos quando ela se apresentou.

- Oi, meu nome é Gabriela.

Exceto pela voz em cima do muro, de perto, ela continuava perfeita.

Eu esclareci, caí nessa rua por acidente...continuei por curiosidade, ok?!

- Eu sei linda.

Mas já que voltei e sou curiosa, posso perguntar, um questionário mental que elaborei enquanto ia e vinha?

- O que quiser - ela me disse enquanto fazia gracinhas pra minha filha.

Tá bem, mas antes vou falar algo.

Que fique claro, não é uma cantada, você é muito bonita, me impressionou, e olha que já trabalhei com mulheres consideradas as tops do país.

Ela sorriu agradecida e respondeu a todas as minhas perguntas, sem vulgaridade alguma (principalmente porque havia uma criança presente - o que ela mesma teve a delicadeza de observar).

Tive minha curiosidade saciada.

Alguns chamaram de perigo, outros de atrevimento, muitos atribuiram a uma tal de cara de pau que nem sei se tenho, mas eu, só penso que foi aquela minha vontade irreparável de saber o que se passa na vida das pessoas.

4 comentários:

foguinho disse...

Hahahahaha! Te puxou! Só tu pra parar e perguntar isso. Vai guardar as perguntas e respostas da entrevista pra outro post? ehehehhe

Maitê disse...

ah não.... achei q tu responderia!!!! bjoooo

Taciana Lima disse...

Desde que postei esse texto até agora, recebi exatos 209 contatos me perguntando pelas respostas as perguntas feitas, o que só pode significar uma coisa.
O título do meu post não mente.
Você já quis saber, mas não teve coragem de perguntar, muito menos, on line.
Pois bem, divulgarei a resposta, uma hora dessas, continue visitando e garantirei a satisfação de sua curiosidade.
Bjs
Taciana

OS OLHOS ABERTOS disse...

taci, figuuuraaa! teu texto tá muito bom e eu também fiquei me roendo de curiosidade pra saber o que a amigona de vocês respondeu.. publica aí!