quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Os astros não mentem?

Eu leio horóscopo.

Leio em jornais, revistas, internet ou em qualquer outra situação em que ele aparecer na minha frente.

Veja bem, eu disse leio.

Porém só acredito quando está bom.

Se disser que vou bater carro, não bato e pronto. Não que eu bata, eu nunca bati o carro (na rua), só na garagem onde sou especializada em pequenos adornos nos parachoques, mas como o nome diz, é pra parar o choque, vou andando até parar, aí não amassa, só arranha um pouquinho. Mas enfim, nesses dias, nem isso eu faço, não acredito, vou lá e saio ilesa.

Aaaagora se disser qualquer coisa boa, o dia fica lindo, fecho a porta, esqueço imediatamente qualquer coisa que tenha lido e sigo a vida.

Também não acredito em cartomantes, astrólogos, tarólogos, adivinhos ou afins.

Não estou dizendo que nunca procurei um profissional da área, e sim, que não acredito.

Mas quem em um momento de desespero ou curiosidade extrema não fez uma consultinha?

O único problema nisso, é quando eles resolvem falar a “verdade” e a gente só queria que eles dissessem que tudo ia dar certo.

Me respondam, quem em sã consciência, iria gastar seu suado dinheirinho pra ouvir que o grandeamordesuavidapratodosempredodia já está em outra?

Só um maluco né? A gente paga pra ouvir que tudo vai ficar bem, aí sai na rua toda linda e feliz e a fila anda, naturalmente.

Eu, por exemplo, se quisesse ouvir verdades, teria outras opções mais dolorosas e certeiras (mas aí eu procurei por isso):

Opção 1- Eu ligaria pro meu melhor amigo

Ele é o único argentino feio e careca que eu conheço (mas que eu amo e pelo menos casou com uma mulher linda pra contrabalançar). Ele certamente diria todas as coisas que eu não queria ouvir, analisaria todos os ângulos das questões da forma mais cartesiana possível, eu possivelmente odiaria tudo isso, mas nada, nadinha nesse papo teria um pingo de inverdade, e ainda por cima, essa cena nunca aconteceria num quartinho escuro, em volta de uma mesa de toalha suja. Tá bem, a toalha a gente acaba sujando em algum momento, porque seja onde for, sempre tem comida e bebida envolvidos.

Opção 2 – Perguntaria pra alguém que não gosta de mim

Você já viu alguém que não gosta de você tendo pudores em magoar com a verdade? Eu não. Até já vi gente que ama escondendo a verdade pra não fazer o outro feliz dando o braço a torcer (vá entender por que…) mas nunca, nunquinha mesmo, vi um inimigo poupando outro. Se eu quisesse a verdade, certamente procuraria algum.

Opção 3 – Jogaria cara ou coroa

Não é piada. Você tem garantias de que 50% da resposta que der, será verdadeira. Ninguém precisa saber qual foi a pergunta feita, e no final, pode ficar com a moeda pra você, ela é toda sua.

Opção 4 – Terapia

Essa eu só usaria como recurso final. Emergência mesmo. Porque chegando até aí, a verdade é inevitavel. Sabe aquilo que você sempre soube sem ninguém lhe dizer, mas ficou guardando bem escondido pra você mesmo não descobrir, aí vem o maldito terapeuta e fica cavocando, cutucando, escarafunchando até você se dar conta do que era? Pois é. Não há pior verdade do que essa…

Minto, há sim, você pagou por ela – caro(!!!).

E pior ainda, foi você que foi até lá, caminhando com as próprias pernas procurar…

Mas houve um dia que eu consultei um astrólogo.

Fiz um mapa astral, paguei por ele, e pela minha lógica, deveria ouvir, tudo o que eu queria ouvir.

O cara não me disse.

Passei quase dois anos dizendo que foi a pior coisa que fiz na vida (obviamente fiz outras beeeem piores, mas é que sou meio alarmista mesmo), afinal ele era totalmente culpado por não dizer o que deveria ter me dito.

Não sei como ele pôde.

Há duas semanas encontrei com o cd do tal mapa astral, natal ou seja o nome que tiver e joguei rancorosamente no lixo.

Só que fiquei pensando nele. Pensei em juntar mas logo concluí que, se julguei ruim uma vez, ruim pra sempre.

Mas pensei nele no trânsito de novo, aí tive uma idéia ridícula, vou chegar em casa e procurar (veja bem se eu sou mulher de colocar a mão no lixo, joguei fora e deu).

Estacionei o carro na garagem e estava indo rumo ao meu lar, quando vejo uma coisa redonda e brilhante no topo de uma pilha de revistas com o meu nome.

Eu li “O Alquimista”, se o mago escreveu, escreveu porque acredita (a Ju me disse que sim), o cara é uma lenda, está entre os mais lidos do mundo, por que é que eu, naquele momento, vou duvidar de um sinal??? Era lixo seco, óbvio que juntei.

Deixei o dito cd num canto, um dia eu escuto.

Mas domingo uma amiga que nunca fala comigo, resolveu me perguntar adivinha sobre o que?

Passei um bom tempo discursando minhas verdades já estabelecidas sobre não procurar um astrólogo, muito menos aquele que não disse o que eu queria ouvir.

E a coisa redonda e brilhante estava só há um braço e cinco dedos de onde eu sentei, assistindo a cena…e se aquilo fosse outro sinal? Tive medo de ser uma amiga que sai por aí dizendo verdades de mentira e resolvi ouvir o que é que o cara tinha visto nas estrelas, porque pra ser honesta, eu nem lembrava mais…

Passei as duas horas seguintes rindo, chorando e pasma (mais pasma do que qualquer outra coisa).

Descobri que aqueles pequenos pontinhos brilhantes lá no céu, estavam me espionando o tempo todo.

Tinha um review incrível desse período da minha vida, mas que não fui capaz de acreditar, porque se alguém me dissesse que eu passaria por uma revisão de valores tão grande naquela época, eu teria feito, exatamente o que fiz, negar e pronto.

Mas sabe o que é melhor, o cara dizia lá, que no final de 2009 (e estamos no final de 2009) netuno sol estaria em meu mapa e que isso aconteceria uma única vez em minha vida, e mais, que a maioria das pessoas vive sem conhecer o tal do netuno (uau!!! quanta honra), o que isso significa, eu juro que não vou contar.

A cética lá do início do texto está esperando por uma única coisa:

Que os astros não mintam, jamais.

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